Páginas

Mostrando postagens com marcador mercado editorial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mercado editorial. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 14 de julho de 2009

Tempos difíceis

Redes de livrarias vivem período de expansão
Agência Estado - 10/07/09

De um lado, a Livraria Cultura abre filial na Daslu e marca presença na Casa Cor; a Livraria da Vila continua a loja oficial da Flip; a Saraiva tem Starbucks dentro de suas megastores, e a Laselva só oferece os Mais Vendidos e Autoajuda nos aeroportos.

De outro, centenas de municípios brasileiros não têm livrarias; dezenas de livrarias independentes não têm poder de fogo para negociar com as editoras e oferecer preços competitivos, e livrarias especializadas como a Mille Foglie e a Livraria do Crime sucumbem diante dessa tendência de lojas gigantescas que lucram muito mais com lápis, caneca, pôsteres do High School Musical e cafés expresso do que com livros.

É por isso que lugares como a Livraria Sobrado, em Moema, ou a Realejo Livros, em Santos, merecem a sua visita e o seu prestígio.

Faça a sua parte.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dê livros de presente

Tenho lido as notícias sobre o mercado editorial norte-americano e não são animadoras. Diversas livrarias independentes fecharam, grandes redes adiaram a abertura de novas lojas e as que se mantêm de portas abertas se queixam de que o movimento caiu.

Em uma tentativa de estimular a venda de livros neste fim de ano, um grupo de blogueiros e autores se reuniu no Books for the Holidays, um blog que dá dicas de presentes livreiros para o Natal.

É uma excelente idéia. Livros são um presente elegante, demonstram o bom gosto de quem presenteia e se tornam objetos únicos para quem é presenteado.

Adotem essa idéia:


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Encontro: Prática de escrita

É nesse sábado, dia 4, na Universidade Cruzeiro do Sul - Campus Anália Franco, o Encontro Prática de Escrita - Leitura, Feitura e Publicação.


As inscrições são gratuitas e a programação está pra lá de interessante. Tem Luis Eduardo Matta, autor do thriller bacana 120 Horas, falando sobre literatura e cinema, Marcelino Freire falando sobre oficinas literárias e discussões sobre o mercado editorial e literatura fantástica.

Só os céus sabem como ando precisada de uma dose de conversa literária. Ando pensando seriamente em cabular o casamento que tenho no sábado de manhã para ir a esse evento. Se, ao contrário de mim, você não tem de aplaudir noivas e comer bem-casados, vá ao encontro, ora.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Evento: Dia do Tradutor

Não sou tradutora profissional, mas já me arrisquei na área e posso dizer que não é fácil. O blog Assinado: Tradutores tem toda razão de exigir que jornais e revistas dêem o merecido crédito aos profissionais da tradução nas resenhas e nos artigos publicados.

Em homenagem ao Dia do Tradutor, a SBS, editora e livraria de didáticos e material de referência, organizou uma série de palestras para discutir esse delicado ofício:

19 de setembro

10h-12h30
OS 'OUTROS' NA TRADUÇÃO LITERÁRIA
Adail Sobral
14h30-17h
A LEGENDAGEM E O TRADUTOR
Elaine Trindade

26 de setembro

9h30-12h
O TRADUTOR SABE/ PODE/ DEVE FAZER MUITO MAIS ALÉM DE TRADUZIR
Ana Júlia Perroti-Garcia
14h30-17 h
QUALIDADE NA TRADUÇÃO
Danilo Nogueira

27 de setembro

9h30-12h
PROVEITOSAS OU DISPENSÁVEIS? TEORIAS DE TRADUÇÃO E A PRÁTICA DE TRADUZIR
Magdalena Nowinska

Local: SBS Vila Mariana
Rua Madre Cabrini, 384 Sobreloja Vila Mariana

Para mais informações, acesse o site da SBS ou mande um e-mail para lá.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Prêmio Jabuti 2008 (3)

O júri do Prêmio Jabuti definiu ontem os 200 finalistas que seguem na disputa pelas melhores obras publicadas em 2007 em 20 categorias.

A primeira sessão pública aconteceu na sede da Câmara Brasileira do Livro, com a abertura dos envelopes e contagem dos votos dos 60 jurados – três para cada categoria.

Na edição deste ano, a comissão julgadora analisou 2.141 obras. A premiação total do Jabuti 2008 é de R$ 120 mil, sendo que o primeiro lugar de cada uma das 20 categorias recebe R$ 3 mil. Os autores dos melhores livros do ano de Ficção e Não-Ficção recebem R$ 30 mil cada um.

A segunda sessão pública ocorre no dia 23 de setembro, quando serão conhecidos os três vencedores de cada uma das 20 categorias que concorrem ao Prêmio. Os melhores livros do ano nas categorias Ficção e Não-Ficção só serão conhecidos na cerimônia de entrega das estatuetas, no dia 31 de outubro, na Sala São Paulo.

Clique aqui para ver a lista completa das obras selecionadas.
Clique aqui para saber como foi a entrega dos prêmios em 2007.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Prêmio Jabuti 2008 (2)

Novidades sobre o mais tradicional prêmio da literatura brasileira.

O Prêmio Jabuti, em 2008, terá 2.141 concorrentes nas 20 categorias superando as 2.052 publicações que participaram no ano passado.

No dia 28 de agosto, haverá a primeira sessão pública para seleção das publicações mais votadas pela comissão julgadora. A segunda sessão ocorre no dia 23 de setembro. Os vencedores serão conhecidos na cerimônia de entrega das estatuetas, no dia 31 de outubro.

O total da premiação soma 120 mil reais: 3 mil para cada um dos vencedores das 20 categorias, e 30 mil para os autores dos melhores livros do ano de Ficção e Não-Ficção.

Em comemoração aos 50 anos do Prêmio, a CBL vai promover retrospectiva do Jabuti durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece de 14 a 24 de agosto.

No ano passado, tive a sorte de ser convidada para a premiação. Espero que minha estrelinha brilhe de novo esse ano.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Literatura digital

O futuro do livro, em relação à internet, volta e meia, é assunto de discussão entre jornalistas, livreiros, editores e outros personagens do mercado editorial. A impressão que tenho, cada vez que leio ou testemunho essa discussão, é de que as pessoas acham que o livro em papel não pode coexistir com o meio digital, o que não é verdade. Em um pequenino artigo que escrevi para o Homem Nerd, falei sobre os bons frutos gerados pela relação entre literatura e a Internet.

Projetos como o Gutenberg ou o Domínio Público reúnem a íntegra de textos clássicos para download gratuito. Inúmeros blogs e sites se dedicam a divulgar a literatura de novos escritores, gente que nunca teria tido chance de publicar seus textos se não tivesse sido descoberta pela Internet.

É lógico que a questão dos livros eletrônicos precisa ser considerada, mas acho difícil que um e-book tome definitivamente o lugar do livro impresso. Para gente como eu, grifadores compulsivos, sublinhadores viciados, marcadores inveterados, um livro eletrônico não tem a menor graça.

Ainda assim, é bacana destacar que a tecnologia permite que os textos utilizem recursos inaplicáveis à dupla papel-e-caneta, principalmente no quesito interatividade.

Por exemplo, podemos escolher o nome dos personagens ou que características eles terão. Podemos apontar no mapa por onde o personagem andará, que lugares visitará. Podemos ler o blog de um personagem ou seguir seus passos pelo Twitter. Podemos acompanhar, em tempo real, o autor escrevendo uma história. Podemos escolher o rumo que a história tomará.

Tudo isso é um pouco do que os seis autores reunidos pela Penguin UK fizeram no projeto We Tell Stories. Durante seis semanas, o site do projeto publicou obras de literatura digital, textos amparados em ferramentas exclusivas da Internet.

Liberdade de criação adquire novo significado.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Em prol das livrarias independentes

Galeno Amorim, de quem já falei aqui, informa que "a Associação Nacional de Livrarias (ANL) pretende instalar em São Paulo a Casa do Livreiro. Além de abrigar a sede própria, o local deve oferecer cursos de formação de livreiros e capacitação de funcionários de livrarias. Para 2008, a associação quer expandir em 15% o número de associados."

Acho ótima a iniciativa. Não tenho nada contra as grandes redes de livrarias - muito pelo contrário, freqüento-as e até já trabalhei na mais badalada delas -, mas acho que é preciso apoiar as livrarias independentes e incentivar seu crescimento.

Muitos são os fatores que minam o sucesso de uma livraria independente: a política de grandes descontos praticada pelas redes e pelo comércio eletrônico; a localização - a maioria está fora de shoppings e depende de pedestres e do trânsito local; poucos recursos para contratar profissionais qualificados, para citar apenas três.

Por outro lado, é preciso que a pessoa que se disponha a montar uma livraria o faça com plena consciência do trabalho que terá pela frente. O mercado livreiro e editorial não precisa de aventureiros; precisa de gente séria, disposta a trabalhar com afinco e a melhorar o nível cultural de sua comunidade.

Abrir uma livraria só porque é um negócio glamouroso, chic e descolado é rídiculo. Aquele que recebe o fundo de garantia, após ser demitido, e não sabe se abre uma franquia da Casa do Pão de Queijo ou uma livraria também não serve para ser livreiro.

Livro não é sapato, não é camiseta Hering, não é mate com limão. É um produto, sim, que precisa ser vendido com estratégias sérias, desenvolvidas especificamente para o segmento.

Aplausos para a iniciativa da ANL; que seja longeva e bem-sucedida.

domingo, 16 de março de 2008

Variações sobre o mesmo tema

A título de curiosidade:

No Brasil, os livros, quase sempre, têm o mesmo formato: 14cm x 21cm. Em alguns casos, lançamentos mais importantes, e merecedores de uma campanha de marketing diferenciada, são publicados em formato 16cm x 23cm. De uns tempos para cá, editoras como a Companhia das Letras e a Record aderiram ao formato de bolso (12cm x 18cm), explorado quase exclusivamente pela L&PM durante anos a fio.

No EUA, a variação nos formatos dos livros é tão padronizada que cada um tem nome específico. Hardcover, Trade Paperback, Mass-Market Paperback são os mais utilizados. Essa diferenciação, mais do que estética, reflete a estratégia de lançamento de novos títulos. O caminho padrão é que o livro seja lançado em edição capa dura (hardcover) e meses depois em edição de bolso (mass-market).

O público consumidor de cada tipo de edição também é diferente, tanto que a maioria das listas de Mais Vendidos separa os números de cada um. O formato Trade Paperback, por exemplo, é destinado a uma literatura mais refinada e a um público mais letrado; custam em torno de US$ 14.95. Já Mass-Market é aquela edição em papel jornal, que custa entre US$ 6.99 e US$ 7.99.

Para quem quiser saber mais, um artigo no NY Times esclarece a diferença entre os tipos de edição encontradas no mercado norte-americano.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Abaixo a censura

Galeno Amorim é um jornalista especializado em mercado editorial e livreiro, que mantém um blog bastante sério sobre o assunto. Hoje, ele deu a seguinte notícia:

Editores preparam ação contra proibição de livros

O Sindicato Nacional dos Editores de Livros já tem pronto um estudo sobre a proibição de biografias no Brasil. O assunto, amplamente noticiado no ano passado em função da proibição do livro sobre o cantor e compositor Roberto Carlos, tem ocupado a pauta das últimas reuniões de diretoria do Snel. Paulo Rocco, que deixa a presidência da entidade em junho, não quer passar o bastão sem antes deixar pelo menos bem encaminhada a questão.

Nas próximas semanas, a busca de uma solução contra a proibição de biografias vai ser tema de debate aqui no blog. Probir ou tirar de circulação livros que tratam sobre a trajetória de personalidades públicas parece, afinal, ter virado moda.


O tema das biografias censuradas já foi discutido amplamente, inclusive em mesa na V FLIP. Palmas para a iniciativa do SNEL; essa história de censura tem de acabar.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Negócios do livro

O boletim Shelf Awareness divulgou hoje a notícia da compra da Siciliano pela Saraiva:

Saraiva Group, owner of Livraria Saraiva, which has 36 stores in Brazil, has bought Siciliano, the Brazilian bookstore chain founded in 1928 that has 52 stores and 11 franchise operations. Saraiva described the two companies' operations as "complementary." Most of the stores do not overlap geographically, and Siciliano stores are located in "important commercial areas where Saraiva does not have a significant penetration." Siciliano also publishes under the Arx, Futura, Caramelo and Arxjovem imprints. Besides books, Livraria Saraiva sells CDs, DVDs, magazines, stationery and some electronics and information technology. It boasts opening the first superstore in Brazil, in 1996, and has online retailing operations that account for a third of company gross revenue. Founded by Pedro Siciliano, Siciliano originally sold only newspapers and magazines. In 1942, it opened its first bookstore, in Sao Paulo.

Lembra quando falei sobre oligopólio? Pois é.

Atualização (22h35) - A competente Tainã Bispo, do jornal Valor Econômico, também deu a notícia:

Após mais de um ano de negociações, a Saraiva anunciou ontem a compra de todos os ativos da tradicional Siciliano, por R$ 60 milhões. Juntas, as ex-rivais formarão uma rede de 99 livrarias e a maior empresa do setor em faturamento - a nova rede será a segunda maior em número de lojas, depois da rede de franquias Nobel, com 170 unidades. Após assinar o contrato, a família Siciliano colocou um ponto final numa briga que durou dez anos. Segundo o fato relevante publicado ontem pela Saraiva, a Siciliano tinha uma dívida líquida de R$ 13,6 milhões em 2007. Em 2006, a dívida líquida da empresa estava em cerca de R$ 23 milhões - nesse período, a Siciliano vendeu o prédio onde está instalada, no bairro de Pirituba, zona norte da capital, por cerca de R$ 14 milhões, para um grupo ligado à educação.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Prêmio Jabuti 2008 (1)


Estão abertas as inscrições para o 50o. Prêmio Jabuti. Se você é autor, editor, ilustrador, tradutor ou produtor gráfico, inscreva sua obra até o dia 15 de maio aqui.
Quer saber como foi a cerimônia de entrega do do ano passado? Clique aqui, para informações, e aqui, para a minha opinião.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Livros piratas

Li aqui o desabafo de uma autora sobre o download ilegal de seus livros. Pelo o que eu entendi, existem sites que compartilham e-books entre os usuários, algo como o Napster fazia com músicas antigamente, antes de ser fechado.

A autora em questão é Diana Holquist, que escreve romances água-com-açúcar-e-pimenta (leia-se, romances bobinhos com cenas de sexo). A pessoa que fez o download se justificou dizendo que não tinha encontrado o livro para comprar, em lugar nenhum (o que eu duvido seja verdade; ela tem acesso à internet para baixar o livro, mas não tem para comprar o livro na Amazon?).

Não vou analisar se os livros de Ms. Holquist são bons ou não, mas não posso deixar de me sensibilizar com esse incidente. Eu não tinha parado para pensar nisso, até agora, e sinto-me dividida.

De um lado, o respeito que tenho por autores em geral. Eu trabalho para eles, uma de minhas funções é ajudá-los a escrever melhor, é fazer pareceres técnicos que os guiem em direção a um livro de sucesso, é colocar meus (parcos) conhecimentos da língua portuguesa a serviço de quem se aventura a escrever um livro.

Por outro lado, ainda me espanto com o preço de determinados lançamentos. Sei que é uma saia justa, que as editoras não estão ganhando rios de dinheiro ultimamente, mas alguns valores estão exorbitantes.

E, no meio do caminho, há os sebos, físicos e virtuais. Mesmo que, hoje em dia, os sebos não tenham preços tão mais baratos como antes, ainda são opções mais em conta.

Aqui no Brasil (não sei como é nos outros países, mas imagino seja igual), ainda temos o problema do xerox. Embora o problema esteja amenizado pela lei, é claro que, com jeitinho, você ainda encontra gente disposta a copiar livros inteiros.

Qual seria a solução?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Deu no New York Times (1)

Leio, na edição de hoje, que a prestigiada Harvard University colocará em votação, esta semana, um assunto bastante importante e polêmico: publicar, ou não, os trabalhos científicos de seus professores gratuitamente na internet.

A favor da medida está o fato de que, embora a decisão afete apenas a universidade americana, é um exemplo que poderia ser seguido por outras instituições. A iniciativa, se acatada, proporcionaria acesso à pesquisa e material universitário, a custo zero, para um grande número de pessoas. Ainda, os autores manteriam os direitos autorais pelos textos e poderiam publicá-los em qualquer revista especializada ou editora que quisessem.

Contra a medida está o argumento de que o mercado editorial seria prejudicado com a diminuição de material a ser publicado. Isso poderia, em última instância, afetar os subsídios destinados a treinamento de professores e patrocínio de congressos. Ainda, há o medo da banalização dos trabalhos, que chegariam à internet tão rapidamente quanto um vídeo amador com as últimas peripécias de Britney Spears.

Acho que os temores de quem é contra são exagerados. A indústria das editoras especializadas não vai acabar; terá apenas que se adaptar às novas condições. Vou ficar de olho na mídia para saber no que vai dar essa discussão.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Novidades no mercado editorial eletrônico

As editoras Random House e HarperCollins anunciaram novas estratágias para disponibilizar o conteúdo de seus livros pela internet.

A Random House fará uma experiência com o livro Made to Stick: Why Some Ideas Survive and Others Die (Idéias que colam, publicado no Brasil pela editora Campus), vendendo os capítulos individualmente, a US$ 2,99 cada um.

Já a Harper pretende oferecer, gratuitamente, edições eletrônicas de seus livros para que os leitores possam "folheá-los", como fariam em uma livraria. Durante um mês, as edições ficarão disponíveis apenas para leitura, já que os internautas não poderão fazer downloads ou imprimir o texto.

No site das livrarias Amazon, Barnes & Noble e Cultura também é possível ler trechos de alguns livros. Editoras, como a Globo, também já colocaram trechos em PDF no site.

Espero que cada vez mais editoras adotem a idéia.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Oligopólio


Hoje, em conversa com minha orientadora, reparamos que as notícias sobre fusões e aquisições envolvendo editoras estão cada vez mais freqüentes. Penso que essa tendência é um pouco preocupante: não tenho certeza se esse concentração de recursos é benéfico para o mercado editorial brasileiro.
Grandes grupos editoriais, como os espanhóis Planeta e Santillana, por exemplo, aportaram no Brasil e passaram a operar por meio de negociações com editoras nacionais, seja de compra, seja de parceria.

Abaixo estão três dessas notícias, recortadas do Publishnews, que foram publicadas nos últimos cinco dias. Oligopólio, segundo o Houaiss, é um termo de economia que significa “situação de mercado em que poucas empresas detêm o controle da maior parcela do mercado”. Tirem suas próprias conclusões...

90 milhões de euros e mil livros: Novo império editorial

Diário de Notícias (Portugal) - 08/01/2008

"Tecnicamente somos o maior grupo, agora temos de ser o melhor." Foi assim que Isaías Gomes Teixeira, administrador do Leya, apresentou nesta segunda-feira, dia 7, o novo grupo editorial de Miguel Pais do Amaral, que em 2008 projeta editar mil novos títulos, faturar 90 milhões de euros, e criar o maior prêmio literário anual para um romance inédito em língua portuguesa: cem mil euros. Teixeira sublinhou que o novo grupo "não nasceu ao acaso", mas "houve uma estratégia na compra das diferentes editoras que o integram". Uma das apostas é a dos livros escolares. "Porque é na escola que se adquirem os hábitos de leitura." O Leya integra as editoras Asa, Caminho, Dom Quixote, Gailivro, Novagaia e Texto, a angolana Ndzila e a moçambicana Nadjira.

Apetite incontrolável

PublishNews - 04/01/2008 - por Ricardo Costa

Em comunicado à imprensa, o Grupo Ediouro informou, nesta quinta-feira, dia 3, que, após longa negociação concretizou a aquisição da editora Desiderata, "sinônimo do melhor do humor brasileiro", afirma o comunicado. A Desiderata foi criada há quatro anos, no Rio de Janeiro, pela jornalista Martha Mamede Batalha e se destacou rapidamente no mercado editorial brasileiro com nomes como Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Reinaldo, Alan Sieber e André Dahmer, que integram um catálogo que "inclui títulos obrigatórios como as antologias do Pasquim organizadas por Sérgio Augusto e Jaguar". Ainda de acordo com a nota, a Desiderata manterá sua linha editorial e a jornalista Martha Batalha continuará no comando da empresa.

Mercado editorial ganha nova holding

Revista Panorama - 04/01/2008

Seis tradicionais editoras do segmento Científico, Técnico e Profissional (CTP) uniram-se e formaram o mais recente holding do mercado, o Grupo Editorial Nacional (GEN). Juntas, Editora Guanabara Koogan, Editora Forense, Editora LTC, Editora Santos, a jovem Editora Método e o (LAB), selo editorial e operacional da Guanabara Koogan, faturaram 75 milhões de reais no ano passado. A expectativa é dobrar este valor nos próximos dois anos com a ampliação da distribuição, maior eficiência e novas incorporações. Com a atual estrutura o GEN conta com mais de 2,5 mil títulos de autores nacionais e internacionais. De acordo com Mauro Koogan Lorch, presidente do grupo, a estrutura de cada empresa participante da holding será mantida, potencializando os seus pontos fortes.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Prêmio Jabuti 2007 (2)

Gala e gafe no Jabuti 2007
Com muito prosecco, melhores livros recebem prêmio


No lugar das notas musicais, letras e palavras. Na noite de ontem, a Sala São Paulo – residência oficial da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – abrigou autores, editores, livreiros, designers e demais personagens do mundo do livro para a entrega do 49º Prêmio Jabuti.

Destoavam do bom gosto e do refinamento da arquitetura local alguns vestidinhos um pouco curtos em mulheres muito ousadas. Durante o coquetel, servido antes da premiação, os presentes se acotovelavam em busca de barquetes e canapés, enquanto a presidente da Câmara Brasileira do Livro, Rosely Boschini, distribuía sorrisos e recebia os elogios pela festa.

O ponto alto da noite foi a escolha de Latinoamericana – Enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe como o livro de não-ficção do ano. O trabalho hercúleo de Emir Sader e Ivana Jinkings, organizadores do catatau de quase 1.400 páginas publicado pela editora Boitempo, resultou em um livro ímpar, de projeto gráfico primoroso e referência para qualquer um que queira entender quem somos e para onde vamos. Fiquei ainda mais feliz com a escolha porque o livro também é filhote do meu querido amigo César Landucci.

Merece destaque, também, a crescente participação de editoras pequenas na premiação. Ombro a ombro com gigantes como Record, Companhia das Letras e CosacNaify estavam casas como a Arquipélago Editorial, Villa das Letras e Mameluco, prova de que é possível fazer livros de qualidade mesmo com uma estrutura editorial pequena. É animador ver que o mais tradicional prêmio literário brasileiro reconhece e contempla esse esforço.

Por outro lado, inadmissível a gafe do Exmo. Sr. Vice-governador Alberto Goldman que, bem nas vastas barbas do curador José Luiz Goldfarb, chamou o Jabuti de “prêmio modesto”. Ora, no meu tempo a boa educação mandava não desrespeitarmos nossos anfitriões. O sr. Goldman usou um eufemismo para dizer que o Jabuti paga valores mixos a seus premiados.

Não discutirei se o dinheiro distribuído pela CBL é muito ou é pouco. A questão aqui é a deselegância do representante do Governo do Estado. Soou como aquele velho bordão “é-pobre-mas-é-honesto”. Não contente de ter pisado na bola uma vez, ele repetiu a dose ao se retirar do palco tão logo iniciada a premiação, sem dar justificativa alguma aos presentes. Imperdoável.

[O texto acima foi um exercício de redação jornalística opinativa. Ainda assim, juro que aconteceu tudo desse jeito.]

Prêmio Jabuti 2007 (1)

Ferreira Gullar e Latinoamericana são os vencedores do Prêmio Jabuti 2007
Categorias Biografia e Poesia fizeram homenagens póstumas


SÃO PAULO – A entrega do 49º Prêmio Jabuti, organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), aconteceu na noite de ontem (31/10) na Sala São Paulo da Estação Júlio Prestes, bairro da Luz. Os prêmios de livro do ano foram concedidos, na categoria ficção, a Resmungos, livro de crônicas do poeta maranhense Ferreira Gullar e, na categoria não-ficção, a Latinoamericana – Enciclopédia contemporânea da América Latina e Caribe, organizada por Ivana Jinkings, Emir Sader, Carlos Eduardo Martins e Rodrigo Nobile.

Os livros Anita Malfatti no tempo e no espaço, de Marta Rossetti Batista, e A imitação do amanhecer, do poeta Bruno Tolentino, receberam prêmios in memoriam. Os livros já haviam sido escolhidos como finalistas antes da morte dos autores, mas o regulamento proíbe que o prêmio seja concedido a autores falecidos.

A premiação contou com a presença do vice-governador Alberto Goldman e do presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré de Araújo Cabral, representante do ministro da Cultura, Gilberto Gil. Também compuseram a mesa do evento a presidente da CBL, Rosely Boschini, e o curador do prêmio, José Luiz Goldfarb.

Dos 2.052 inscritos em 20 categorias, foram premiados os três primeiros colocados em cada categoria e, entre esses, foram escolhidos os dois grandes títulos vencedores do ano, que receberão um prêmio de R$ 30 mil cada um.

[O texto acima foi um exercício de redação jornalística informativa e relata fielmente os fatos]