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quarta-feira, 18 de julho de 2007

E a FLIP foi muito legal!

Sei que o update está um pouco atrasado, mas lá vai:

Assisti a seis mesas de debates, mas vou falar só de três:

Jim Dodge, americano, e Will Self, inglês, incríveis, inspirados, à vontade, mediados pelo bacana Arthur Dapieve. Demos muita risada, Will Self soturno, Jim Dodge countryman. Eles leram, respectivamente, trechos de How the Dead Live (Como vivem os mortos) e Fup. Jim Dodge ainda leu um poema, do qual faço questão de reproduzir um trecho:

And I believe we are born to both fate and chance,
That we're meant to chase ourselves
Through he labyrinth of desire,
Get lost, slaughtered, and discover
Extravagant pleasures lusciously prolongued.


Bárbaro, não?

Depois, Ruy Castro, Fernando Morais e Paulo César de Araújo.
Para quem não ligou os nomes às pessoas, todos são biógrafos e todos já passaram por querelas envolvendo direitos autorais. Ruy Castro, autor de Estrela solitária, sobre Garrincha, teve que brigar com as filhas do jogador de futebol; Fernando Morais, autor de Na toca dos leões, sobre a agência de propaganda W/Brasil, enfrentou a fúria de Ronaldo Caiado; e Paulo César, a bola da vez, é o autor de Roberto Carlos em detalhes, sobre o cantor.

Confesso que, antes do debate, considerava Paulo César um caronista da fama alheia.
Mas mudei de idéia depois de ouví-lo.
Não há como não partilhar da dor e da perplexidade que o acompanham desde o dia 27 de abril p.p., quando a venda de seu livro foi proibida e todos os exemplares foram recolhidos em um galpão em Santo André (de propriedade do Rei), onde repousam, aguardando que o tempo os transforme em pó.

Paulo César trabalhou durante 15 longos anos em uma obra vítima de uma censurada togada, muito mais nociva que a censura fardada dos anos ditatoriais.

Vergonhoso, não?

E a cereja do bolo, motivo de minhas idas e vindas pela Rio-Santos: Dennis Lehane e Guillermo Arriaga, representantes da nova geração da literatura policial e responsáveis pelas excelentes histórias de recentes sucessos cinematográficos: Sobre meninos e lobos e Babel, respectivamente. Mais sobre esse debate, vocês poderão ler em breve na Livraria do Crime.
Basta dizer que, quando eles entraram no palco, acompanhados pelo mediador - ninguém menos que o querido Marçal Aquino -, eu chorei.

Emocionante, não?

Recomendo a todos. FLIP é tudo de bom.

4 comentários:

Codinome Beija-Flor disse...

Bibi,
Que delícia.
Quem sabe um dia eu possa fazer o mesmo. Eu vi algumas matérias na Tv Cultura e sempre que via as pessoas, pensava assim: "Bibi tá no meio delas".
Vou ficar atenta nas suas dicas, para ver o que acho.
Eu adoro chorar de emoção.

**Hj é dia do amigo, vim deixar um beijinho cheio de carinho.

Bia disse...

Ah, meu Deus, mas você é uma fofa mesmo, não?
Quem sabe no ano que vem você também estará em meio a todos lá em Paraty, tietando os autores junto comigo!!
Um beijo, querida!

Bia disse...

Ah, meu Deus, mas você é uma fofa mesmo, não?
Quem sabe no ano que vem você também estará em meio a todos lá em Paraty, tietando os autores junto comigo!!
Um beijo, querida!

Codinome Beija-Flor disse...

Bibi,
Quem sabe!?! ólha que eu acredito em tudo na vida.
Beijos