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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Baudelaire e o duplo (1)

Em minha aula sobre literatura contemporânea na última segunda-feira, discutimos Charles Baudelaire. O escritor francês, que morreu na segunda metade do século 19, influenciou muitos autores e críticos literários que vieram depois, gente como Mallarmé, Borges, Walter Benjamin, Verlaine e Rimbaud. É tido como o precursor do movimento simbolista e modernista na França.

Baudelaire dedicou grande parte dos últimos 20 anos de sua vida a traduzir e divulgar o trabalho de Edgar Allan Poe em língua francesa. Falei aqui sobre a teoria do conto de Poe. Baudelaire foi influenciado por Poe, além de Diderot, na elaboração de suas próprias teorias.

O escritor francês, assim como Poe, aponta a necessidade de equilíbrio entre dois elementos para que a arte atinja seu objetivo, que é o de ser esteticamente aprazível. Para Baudelaire, o belo é constituído de dois elementos: o eterno e o variável, o histórico e o temporário.

Podemos entender o elemento histórico-eterno como sendo a forma, a tradição ou mesmo a técnica, a que a arte está sujeita e das quais não pode escapar.

É no elemento variável-temporário, porém, que a arte consegue inovar: no assunto de que trata, que é reflexo da época, moda, paixão e dos interesses manifestados pela sociedade.

Na minha opinião, o que Baudelaire pregava era que os textos falassem do que era conhecido e familiar, que representassem o homem moderno de forma completa, levando em conta sua complexidade moral e psicológica.


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Amanhã, tem a parte 2.

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