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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Eu, eu mesma e o outro

Às vezes me pergunto como seria se todos os e-mails que recebo fossem cartas de verdade, aquelas raridades feitas de papel. Imagino que minha mesa estaria coberta de envelopes os mais diversos, os mais inúteis.

O que aconteceria se todos os anúncios que invadem diariamente minha caixa postal eletrônica fossem impressos e enviados pelo correio? Bom, em primeiro lugar, todos os carteiros seriam dublês de Schwarzenegger, Stallone, Vin Diesel ou The Rock: musculosos e com pernas compridas, requisitos essenciais para carregar a pesada sacola de correspondências e caminhar a passos largos para entregar tudo a tempo.

Neste exato minuto, tenho 173 mensagens não lidas na caixa de entrada do Outlook. Porque todas elas são newsletters de sites e blogs que acompanho, o programa permite que eu crie uma regra que as direciona para uma pasta criativamente chamada "Para ler depois". Assim, as mensagens não me incomodam e ficam guardadinhas até que eu tenha um tempinho para lê-las. Ok, já sabemos que eu tenho certa dificuldade em organizar meu tempo, mas isso é assunto para outro post.

O fato é que, além de newsletters, clippings e boletins que recebo e faça questão de ler, mesmo com atraso de semanas, recebo diariamente mensagens tão esdrúxulas que me fazem pensar se esse tal de e-mail marketing foi realmente uma boa invenção.

Se eu atendesse a todos os apelos eletrônicos que me fazem, eu seria a feliz proprietária de um apartamento financiado em 85.913 vezes, teria o melhor seguro-saúde do país, compraria uma réplica original de um relógio Tag Heuer, meus problemas de calvície acabariam com o produto que já apareceu no Globo Repórter, teria perdido 9 quilos em uma semana com uma dieta peruana revolucionária e, o melhor de todos, meu pênis ficaria enorme, com mais de 9 polegadas!

Ou seja, de acordo com o perfil das empresas que me mandam todo esse lixo eletrônico, eu sou um homem careca, gordo, que mora de aluguel e, o pior, impotente! Será que tenho um alter ego de que não tenho conhecimento?

Alô, gente fina cibernética: não está na hora de rever seus conceitos?

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