“Evocações de lugares, pessoas, objetos; anotações de perdas, permanências e sentidos. Um narrador escreve para lembrar ou para, finalmente, esquecer?”(*)
À observação acima, eu acrescentaria: o narrador escreve para ser lembrado, para ser eternizado, talvez? E em que medida o escritor se confunde com o narrador? É possível segregar, dissociar um do outro?
Ficção não é diário; mas como escrever sem colocar-se, sem transferir-se, sem perder um pouco de sua identidade ao construir um personagem e, ao mesmo tempo, sem ser influenciado, modificado pelos rumos que a história toma?
Como escrever sobre uma experiência sem tê-la vivido? E, se vivê-la é a única forma de descrevê-la, então a ficção não passa de autobiografia?
Por outro lado, é preciso lembrar que a inventividade é parte integrante da alma que escreve e que a fantasia é o que serve de alimento estético para o escriba.
Podemos não estar presentes em todas as experiências sobre as quais escrevemos, mas certamente as vivemos em nosso imaginário, território livre para sermos qualquer um.
(*) trecho de abertura de artigo sobre o livro Arquitetura da memória, publicado na edição 32 da revista EntreLivros, a derradeira, conforme já comentei aqui.
À observação acima, eu acrescentaria: o narrador escreve para ser lembrado, para ser eternizado, talvez? E em que medida o escritor se confunde com o narrador? É possível segregar, dissociar um do outro?
Ficção não é diário; mas como escrever sem colocar-se, sem transferir-se, sem perder um pouco de sua identidade ao construir um personagem e, ao mesmo tempo, sem ser influenciado, modificado pelos rumos que a história toma?
Como escrever sobre uma experiência sem tê-la vivido? E, se vivê-la é a única forma de descrevê-la, então a ficção não passa de autobiografia?
Por outro lado, é preciso lembrar que a inventividade é parte integrante da alma que escreve e que a fantasia é o que serve de alimento estético para o escriba.
Podemos não estar presentes em todas as experiências sobre as quais escrevemos, mas certamente as vivemos em nosso imaginário, território livre para sermos qualquer um.
(*) trecho de abertura de artigo sobre o livro Arquitetura da memória, publicado na edição 32 da revista EntreLivros, a derradeira, conforme já comentei aqui.
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