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quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Teus olhos


Um dia, uma amiga recebeu esse poema:

Teus olhos castanhos

de encantos tamanhos
são pecados meus,
são estrelas fulgentes,
brilhantes, luzentes,
caídas dos céus,
Teus olhos risonhos
são mundos, são sonhos,
são a minha cruz,
teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são raios de luz.


Olhos azuis são ciúme
e nada valem para mim,
Olhos negros são queixume
de uma tristeza sem fim,
olhos verdes são traição
são crueis como punhais,
olhos bons com coração
os teus, castanhos leais.


As palavras são de Alves Coelho.

Encontrei de novo esses versos em um livro antigo.

Não são lindas?

2 comentários:

MEHC disse...

Este poema é a letra de uma canção que, há muitos anos, foi celebrizada por Francisco José, artista da rádio muito apreciado quando eu era bem jovem e eu nasci em meados do século XX.Minha mãe era fã dele. Cresci a ouvi-la cantar essa canção.Fiz um pouco de pesquisa para você e deixo aqui o que encontrei:

Voz romântica por excelência, Francisco José foi uma das revelações do Centro de Preparação de Artistas da Rádio e um dos nomes mais populares da canção ligeira dos anos cinquenta. Contam-se, contudo, pêlos dedos os seus anos de carreira entre nós, já que a maior parte da sua carreira foi passada no Brasil.
Natural de Évora, nascido em 1924, Francisco José Galopim de Carvalho (de seu nome completo, sendo irmão do cientista Galopim de Carvalho) estreou-se artisticamente no baile de finalistas do seu liceu, mas só em 1948 encetou carreira profissional, depois de abandonar o curso de engenharia. Foi aceite no Centro de Preparação de Artistas de Rádio da Emissora Nacional nesse mesmo ano, e em breve a sua voz quente e sugestiva o torna num dos nomes preferidos dos ouvintes da rádio. E, em 1951, edita aquele que será o seu ex-libris: a balada Olhos Castanhos que se torna num êxito estrondoso e ficará para sempre ligada à sua voz. Não é, contudo, o seu único êxito, como o comprovarão Deixa Falar o Mundo ou Ana Paula.
Em 1954, embarca para o Brasil, mercado então muito aberto aos artistas portugueses, mas nem ele imaginava que acabaria por se fixar definitivamente no "país irmão", deixando para trás a carreira de sucesso feita em Portugal. Até 1960 actuará essencialmente para a comunidade portuguesa radicada no Brasil, e só em 1961 conseguirá aí gravar um primeiro disco: uma nova versão de Olhos Castanhos que atinge um sucesso sem precedentes no país, vendendo um milhão de cópias. Em pouco tempo, Francisco José tornar-se-á numa vedeta no Brasil e no artista português mais popular de sempre naquele país, onde residirá quase ininterruptamente até aos anos oitenta.
Regressa, contudo, regularmente a Portugal onde, em 1964, é protagonista de um "incidente diplomático" ao revelar, em directo e num programa de variedades, que os artistas portugueses eram mal pagos pelas suas participações em programas televisivos, enquanto os artistas internacionais recebiam pequenas fortunas. Não voltará a actuar na televisão portuguesa até 1980.
Em 1973, apresentará o seu maior êxito de sempre entre nós com Guitarra Toca Baixinho, lançado durante uma das temporadas que regularmente vem passar ao seu país natal. Só na década de oitenta regressará definitivamente a Portugal, onde lança, em 1983, o seu último disco, o single As Crianças Não Querem a Guerra. Faleceu em 1988.

Bia disse...

Emilia, que riqueza!
Obrigada pelas informações! Eu sabia que o poema havia sido musicado mas nunca imaginei que tivesse sido por um artista com tanto prestígio aqui no Brasil!
Agora que você me deu as dicas, vou atrás da gravação, que deve ser linda!