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segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Wonder Woman


Hoje, faço uma constatação: nós, mulheres, somos maioria.
Para todo lugar que olho, em todo lugar que entro, somos maioria.
Na minha família, somos maioria: tias, primas, tias-avós, mais primas. Os poucos representantes do sexo masculino, e a eles aproveito para render uma homenagem, são meu irmão, meu avô e meu tio, bravos, valentes, que convivem com essa brigada feminina sem ratear y sin perder la ternura.
No meu trabalho, somos maioria: jovens estudantes ou profissionais adultas, egos conflitantes em cima de saltos altos, baixos, sapatilhas, sandálias... Contraste com as poucas gravatas que circulam, desviando das adagas e afagando nossos humores. Menção honrosa para o Professor e o Abutre, real gentlemen.
No ir e vir do ônibus, somos maioria. Sentadas, em pé, suspirando, olhando de soslaio para os adolescentes sub-humanos que, ouvidos algodoados a seus MP3 players, fingem dormir e não cedem seus assentos.
Nos restaurantes, na hora do almoço, somos maioria. contando calorias, discutindo as relações, analisando relacionamentos, lendo sobre as celebridades desconhecidas de Caras, ouvindo a última sobre a Cidinha do Atendimento ou o Fábio do RH.
Estou morando na ilha da Mulher Maravilha, aquele lugar onde ela foi criada, tornou-se a amazona mais poderosa de seu tempo e que era governada por mulheres, para mulheres. Não me lembro o nome do lugar.
Não se trata de uma queixa, não se trata de um manifesto feminista, nem feminino. É pura constatação.

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