É segunda-feira, na Livraria Martins Fontes (Av. Paulista 509, esquina com a R. Manoel da Nóbrega, ao lado do Metrô Brigadeiro), a conversa sobre as mulheres e o amor.
O assunto me interessa muito, observadora da psiquê humana que pretendo ser.
Ontem, após o bate-papo com Nelson de Oliveira na Livraria Sobrado, eu estava no Bar do Giba com duas das mulheres que mais respeito neste mundo: minha mãe e minha madrinha.
O que conversávamos era justamente o que quer a mulher de hoje. Longe de nós querermos ser especialistas no assunto. Apenas trocávamos impressões sobre o que vemos por aí.
Todo mundo quer um amor. Ponto. Pacífico, aliás. Nunca ouvi ninguém dizer com convicção que quer/gosta/pretende ficar sozinho. Lógico que, às vezes, o outro é tão détraqué que é melhor ficar sozinha, mas essa é outra história. Muito bem. Então, você se esforça, dá a cara para bater, faz a trezena de Santo Antônio e, finalmente, o seu amor chega e você fica toda feliz. E depois?
Depois, você não sabe o que fazer. Passou tanto tempo se preparando para o dia da chegada do amor, mas não pensou no que fazer no dia seguinte. Gente, relacionamento dá trabalho, requer dedicação (não se iludam, não tive tantos homens assim, não sou nenhuma expert, falo apenas sobre o que vivencio).
Tem de mimar o bofe, tem de se arrumar. Tem de aguentar os gases do fofo, os porres do fofo. Tem de ser simpática com a mãe do amado, com o chefe, com a secretária, com a estagiária. Tem de agüentar o churrasco com os amigos no fim de semana, o jogo de futebol na quarta-feira, o happy hour com o departamento comercial na segunda-feira.
Tem de dar duro no trabalho. Tem de suportar as manias do chefe, as broncas, as amantes do chefe. Tem de sorrir para a gerente de Compras, para a tia do café, para o contínuo, para a assessora de Imprensa, para o manobrista do estacionamento.
Tem de ir ao supermercado, à farmácia, ao sacolão, posto de gasolina, à floricultura. Comprar orgânicos, reciclar lixo, economizar água.
O que eu acho (e já vou parando o texto por aqui antes que me atirem pedras por ser machista ou me mandem queimar sutiãs e me tornar feminista) é que não dá para ter tudo. Ou melhor, não dá para cuidar de tudo com a mesma dedicação. Não dá para ser executiva top/esposa amorosa/mãe exemplar, tudo ao mesmo tempo, tirando nota 10 com louvor.
Mulheres como a minha mãe e minha madrinha fizeram uma escolha: família em lugar da carreira. Se estavam certas ou não, eu não sei. O que sei é que elas são tão bem-sucedidas quanto o Steve Jobs. Pode parecer radical, mas, de todas as mulheres entre 30 e 45 anos que conheço, eu conto nos dedos da mão (esquerda?) do Lula quantas têm o respeito dos filhos, a admiração do marido e a auto-estima no lugar certo.
sexta-feira, 20 de junho de 2008
O que as mulheres esperam do amor
Postado por Bia às 07:53
Tartatags: cotidiano, mulheres, relacionamentos
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