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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O livro ou a vida

E se você tivesse de morrer por um livro? E se a diferença entre sua vida e morte fosse essencial para a gênese de uma obra-prima? Morrer por um livro tornaria a desgraça mais aceitável, atribuiria à sua existência um significado maior? Ter um infarto na fila do banco, sofrer meses em um hospital por causa de uma doença tropical, ser atropelado por um ônibus, nada disso teria a mesma importância; nenhum desses acontecimentos fortuitos poderia ser comparado a voluntariamente dar a vida por um texto de ficção.

Se minhas indagações parecem sem sentido, sugiro a leitura de A sombra do vento, de Carlos Ruiz Zafon, e recomendo também o filme Mais estranho que a ficção, com Emma Thompson e Will Farrell.



O livro tornou-se best seller da melhor forma possível: pela recomendação de quem já leu. Publicado no Brasil em 2004, foi ganhando leitores por meio de fãs apaixonados pela história de Daniel, um jovem que investiga o paradeiro dos livros escritos por Julián Carax e s envolve em uma complicada história de amor e mistério. A narrativa é sublime, elegante e arrebatadora.




O filme conta a história de Harold Crick, um contador que, de repente, passa a ouvir uma voz que narra e descreve todos os seus atos. Harold percebe que ele é o personagem de um livro que ainda está sendo escrito e passa a lutar pela sua própria existência, já que o destino do personagem é morrer. Os diálogos são muito bons, principalmente entre Harold e Prof. Hilbert (interpretado por Dustin Hoffman). Will Farrell comumente visto em comédias a la Saturday Night Live, repete a boa performance que teve em Melinda and Melinda. Emma Thompson está perfeita em seus trejeitos neuróticos e mostra muito melhor forma física do que vimos em Love actually.


É um livro sobre um livro e um filme sobre um livro, mas são, principalmente, contos sobre emoções humanas.

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